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sexta-feira, 27 de abril de 2012


Inquisição Católica


Métodos de tortura utilizados
Parte 1

Não somente usados na Inquisição. A Máfia Italiana, a KGB russa e a Gestapo nazista, se inspiraram nos instrumentos abaixo.

O Arranca-Seios
Este é um instrumento usado primordialmente em mulheres, geralmente acusadas de abortos ou de adulterarem. Seu uso era simples, e consistia em esquentar o aparelho numa fogueira, prende-lo no seio exposto da vítima, e depois arranca-lo vagarosa ou lentamente, dependendo do que o inquisidor queria causar. Logo depois se deixava a mulher sangrando para que pudesse morrer de hemorragia, ou que fosse levada a loucura pela dor.

A Serra
A imagem já explica toda a diabrura desse instrumento, mas tem um adendo: o fato da vítima ser virada de cabeça pra baixo tem uma explicação científica. Com o sangue descendo todo para o cérebro, a vítima não desmaiava enquanto sofria de dores extremas, como é normal no corpo humano. Ao invés disso, ela só morria quando a serra chegava no abdômen, quando os serradores paravam, e esperavam que a pessoa terminasse sua agonia, o que poderia durar horas. Seu uso era muito incentivado pelo fato de serras serem baratas e facilmente encontradas em muitos cantos.



O Berço de Judas
A vítima era colocada com o ânus ou a vagina sobre a ponta do berço e era lentamente baixada através de cordas amarradas a ela. Parece simples, mas existe um agravante aí. Se ela demorasse a morrer – o que poderia levar dias – poderiam ser amarrados pesos nas suas pernas, para dar uma acelerada no processo. Mas se quisessem o efeito contrário, a vítima sofria sozinha. Fora que nunca lavavam o aparelho, o que produzia infecções dolorosas.




O Rack
A vítima era colocada nessa mesa, e cordas eram amarradas nos seus membros superiores e inferiores. Um algoz se punha a enrolar a corda vagarosamente, até que as articulações se deslocassem, o que causava dor extrema na vítima. Alguns algozes mais afoitos chegavam a arrancar braços e pernas, matando por hemorragia. Mais tarde foram incorporadas lanças para estocar a vítima enquanto ela ia sendo esticada…





A Pera
Esse era o instrumento favorito a ser usado contra as adúlteras e homossexuais. Esse aparelho era inserido no ânus ou na vagina (ou boca, se ele fosse um mentiroso) da vítima e através daquele engenho na ponta, ele se abria em duas partes ou mais partes, dilacerando o interior do inquirido. Raramente levava a morte, mas na verdade ela era, geralmente, apenas o início das dores do acusado.

O Corta-Joelhos
Os joelhos do acusado eram colocados no meio dessas garras, para serem esmagados lentamente. Às vezes, o aparelho – um dos preferidos pelos espanhóis – era aquecido, para aumentar a dor da vítima. Outras partes do corpo eram colocadas nas garras, como os pulsos, cotovelos, braços, ou as pernas. A idéia era inutilizar as articulações da vítima, ou o método servir como o início da tortura, visto que não era mortal em grande parte dos casos.





Semana que vem a continuação desse assunto, que por mais desagradável que seja lê-lo, jamais esqueçamos o que milhares de vítimas passaram e suportaram.




quinta-feira, 26 de abril de 2012


JudeuSefarditas

Obra: Raízes Judaicas no Brasil – O Arquivo secreto da Inquisição
 Flávio Mendes de Carvalho

A perseguição dos Judeus pela Inquisição Católica
Parte 3


Judeus do nordeste brasileiro fretam dezesseis navios e partem com suas famílias de Pernambuco em 1654. Uma das naus desembarca seus judeus em Belém, dando início a uma das mais antigas comunidades judaicas do Brasil, que se estendeu por Manaus e diversas cidades da bacia amazônica. Algumas famílias substituem seus sobrenomes portugueses por sobrenomes hebraicos, a exemplo a família Israel de Manaus. Duas destas naus vão lançar as raízes da primeira comunidade judaica norte-americana no lugarejo denominado Nova Amsterdã, hoje Nova York. Outras naus vão semeando comunidades judaicas por todo o Caribe e América Central.
Acredita-se que grande parte dos Bucaneros, audazes corsários do Caribe, eram rebeldes judeus em secreta luta contra Espanha e Portugal.
Judeus portugueses fundam as comunidades sefardim do sul da França como em Baiona, Bordéus, Biarritz, San Jean de Lux, Bidart, Tartas, onde os sobrenomes Furtado, Fonséque, Carvaillo, Nunes, Loupésses ( Lopes, sobrenome da mãe de Montaigne, que era judia) Frois, Silva, Rodrigues, Mendés, Dacosta, Gommés, Pereira, Sequerra, Brandon, denunciam, incontestavelmente a origem portuguesa.
Na Inglaterra, encontramos já nos primeiros anos do século XVI, morando em Londres, as famílias judaicas Costa, Lopes, Álvares, Mendes, Martins ( Abravanel ), Rebello ( Robles ), entre outras. Os primeiros judeus reconhecidos como cidadãos britânicos são, em 1655, Antônio Fernandes Carvalhal e seus dois filhos.
O tribunal da Inquisição Católica era uma macro-estrutura jurídico-religiosa formada quase que totalmente por padres, bispos, demais clérigos e “cristãos” de “absoluta pureza de sangue”. Em nome da Religião Católica Romana cometia os mais vis crimes e hediondas perseguições, levando a seus cárceres famílias inteiras de “forçados” por várias gerações. Tinha prédios próprios, construídos especialmente para seu fim contando com salas de recepção, salas de audiência, residências para os inquisidores e demais funcionários, cárceres, salas de torturas, geralmente  subterrâneos com o teto em abóbada, para melhor sufocar os gritos de terror e dor de suas milhares de vítimas; a sala do secreto, verdadeiro cofre forte, com sua porta possuindo três chaves distintas, ficando cada uma na posse de autoridades diferentes, só podendo ser aberta na presença dos três e do inquisidor, onde eram guardados, entre outros papéis “de segredo” os processos de cada réu e as LISTAS DOS AUTOS DA FÉ, com os nomes e outros dados de todos os sentenciados. Oficialmente o tribunal da Inquisição começou a funcionar em Portugal em 1536, durante o reinado de Dom João III, que obsessivamente buscou trazer esta flageladora instituição para seu reino, o que conseguiu através da bula do papa Paulo III. É certo que, anteriormente à implantação definitiva deste tribunal, muitos judeus portugueses já teriam sido executados e queimados por visitadores, desde o século XII.
Ao fim do processo, que geralmente levava anos, o acusado poderia ser dado como inocente, o que era raro. Dos seus bens confiscados abatia-se o valor necessário para cobrir as despesas processuais e a carceragem, só para mencionar a carceragem, ficavam num cubículo de 4 metros quadrados de 3 a 4 prisioneiros, recebiam uma ração de pão velho e somente a cada 8 dias recebiam sua ração de água limpa e era feita a limpeza de seus excrementos. As penas variavam: cárcere e hábito  a arbítrio, cárcere e hábito perpétuo com ou sem remissão, insígnias de fogo, galés, degredo para o Brasil e colônias africanas, carocha, mordaça, açoites, excomunhão, penitências e a pena máxima ou relaxamento à justiça secular, o que hipocritamente significava fogueira para os vivos ou mortos. Aos queimados em vida a sentença era: “Relaxados em carne”. Aos que morriam nas torturas ou nos intermináveis padecimentos dos cárceres, desenterravam os ossos e com efígie em estátua. O mesmo ocorria com os que fugiam, eram queimados simbolicamente em praça pública. Para escapar do destino da fogueira, os condenados deveriam em praça pública perante todo o rebanho da igreja, no auto-da-fé, negar a sua fé judaica. É importante esclarecer que também eram apresentados nestas cerimônias, apesar de poucos, os condenados por outras heresias de fé como várias modalidades de protestantismo, islamismo e feitiçarias, além das heresias morais, como homossexualismo, bigamia, desrespeito ao celibato e conspirações contra a Inquisição. E na realidade quase que todos os bens confiscados foi para nas mãos do Clero, ora alegando dificuldades financeiras, ora exigindo cobertura das despesas processuais e da manutenção dos réus na prisão.
O golpe mortal na Inquisição portuguesa foi dado em 1774, quando o Marquês de Pombal transformou o tribunal do “santo ofício” em um tribunal régio comum. Formalmente, o “santo ofício” só foi extinto em Portugal através do decreto de 31.03.1821.

Amanhã postarei sobre os instrumentos de tortura utilizados pela Inquisição.

quarta-feira, 25 de abril de 2012


JudeuSefarditas

Obra: Raízes Judaicas no Brasil – O Arquivo secreto da Inquisição
 Flávio Mendes de Carvalho

A perseguição dos Judeus pela Inquisição Católica
Parte 2


Neste período, final do século XV, algumas leis portuguesas, apesar de discriminá-los. Objetivavam assimilar esta parte do povo; o filho de judeu que se convertesse ao catolicismo tinha desde logo o direito de receber sua parte da herança, supondo-se falecidos os pais, para este efeito. Era proibido ao judeu deserdar seu filho por mudanças de crença.

Em 1496, no Mês de dezembro, estando Dom Manuel I em Muge, expediu-se o édito de expulsão dos judeus, dando-se o prazo de 10 meses, sob pena de morte e confisco de todos os seus bens, para a saída definitiva do país. Este édito criou situações terríveis, uma vez que, decepadas suas raízes, teriam que vender suas casas, vinhas e outras posses, sujeitando-se  aos preços vis que a ocasião propiciava.
Por determinação real, todos os portos portugueses, exceto o de Lisboa, foram fechados para a emigração judaíca. A secreta decisão oficial de não deixá-los partir, mesmos expulsos, e a não existência de navios disponíveis e mantimentos necessários às viagens ocasionou grande concentração de hebreus nesta praça.
Em abril de 1497, expediram-se ordens para que se tomassem os filhos menores de quatorze anos dos judeus que, à conversão ao catolicismo, houvessem optado pelo desterro. E que as crianças judias fossem distribuídas pelas cidades e aldeias, para que se criassem e se educassem no seio de famílias católicas.
Quando a notícia deste decreto transpirou entre o povo banido, o terror grassou por todos os pontos do país. Gritos de mães, de cujos braços arrancavam os filhos; gemidos  e desespero de país e irmãos; reações e lutas dos mais fortes e audaciosos; lágrimas e inúteis súplicas dos mais fracos e tímidos, convertiam o reino português no cenário de um drama diabólico. Muitos pais, no delírio da resistência, preferiam matar os filhos e, logo após, suicidar-se a entregá-los aos oficiais do rei. No decurso desta perseguição, os judeus conheceram a dura sorte que os esperava. Queriam compelí-los , a qualquer custo, à aceitação do batismo católico.
Em outubro de 1497, aglomeravam-se, nos estaus de Lisboa, mais de vinte mil judeus, quando então celebrou-se a mais demoníaca e inumana manifestação de opressão e violência. Uma macabra festa onde a gentalha portuguesa, encabeçada por padres e protegida por oficiais régios, caiu sobre homens, mulheres e velhos judeus e , depois de batizar violentamente a mocidade judaica, passaram a batizar adultos e velhos. Os que resistiam eram golpeados e arrastados pelos cabelos à pia batismal. Oprimidos, humilhados, expulsos, espoliados, violentados, sem direito a qualquer justiça terrestre, alquebrados pela fome, pelos maus tratos, com suas mentes já no limites da loucura, suas almas despedaçadas, postos entre a possibilidade da morte a que a lei os condenava se não saíssem de Portugal e os obstáculos levantados pelo legislador para que sua saída do país se tornasse impossível, estes infelizes curvavam a cabeça e submeteram-se ao batismo católico.
O sacrifício estava consumado. Os batizados, agora não mais judeus e sim “cristãos novos”, continuaram expostos à malevolência popular que não tardaria a acusá-los da “criminosa” atitude de voltar, no segredo de seus lares, à prática do Judaísmo. Tal clima desencadeou em 15 de abril de 1506, o morticínio de milhares de judeus no “pogrom” de Lisboa.  No Domingo seguinte, ao meio-dia, celebrados os ofícios, examinava o povo a suposta Maravilha, isto é, o aparecimento de uma estranha luz, contra cuja autenticidade recreciam suspeitas no espírito de muitos espectadores. Achavam-se entre estes um cristão-novo, ao qual escaparam da boca manifestações imprudentes de incredulidade acerca do milagre. A indignação dos crentes, excitadas, provavelmente pelos autores da burla, comunicou-se à multidão. O miserável blasfemador arrastado para o adro, assassinado e queimado o seu cadáver. Segiu-se um longo drama de anarquia. Os cristãos-novos que andavam pelas ruas, desprevenidos, eram mortos ou malferidos , e arrastados semivivos, para as folgueiras que rapidamente se tinham armado, tanto no Rossio como nas Ribeiras do Tejo. Nesta praça foram queimadas, nesta tarde, cerca de trezentas pessoas.
Alguns, porém, ao longo de todas as  perseguições, conseguem fugir e assim, judeus portugueses fundam, em 1593, as primeiras comunidades de Amsterdan.
Gaspar de Lemos, o judeu, também conhecido como Gaspar da Gama ( por Ter sido adotado por Vasco da Gama, nas Índias ) ou Gaspar das Índias, capitão-mor de Pedro Álvares Cabral, do navio que levava os mantimentos da expedição que descobriu o Brasil em 1500, era homem que falava muitos idiomas, recebia cartas diretas do rei Dom Manuel I, era respeitado pelos seus conhecimentos marítimos, e segundo Afrãnio Peixoto e Alexandre von Humboldt é considerado co-descobridor do Brasil.
Fernando de Noronha, dois anos após o descobrimento do Brasil, lidera um grupo de judeus portugueses e apresenta a Dom Manuel I a primeira proposta de colonização do Brasil, que é aceita e firmada em 1503.
Quando em 1531 Dom João III decide mandar Martim Afonso de Souza chefiando a primeira expedição colonizadora ao Brasil, este já encontra dois interessantes núcleos de desenvolvimento, umo no nordeste e outro no sul. Na Bahia é recebido por Caramuru ( Diogo Álvares Correia ), de notória família judaica-portuguesa, rodeado de filhos e casado com a índia Paraguaçu, filha do cacique Taparicá. Tão grande a importância de Caramuru, que o rei Dom João III redige, 19.11.1548, carta pedindo que ajude ao primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Souza. Sua aldeia, “Vila Velha”, transforma-se no ano seguinte na primeira capital do Brasil – Salvador.

No sul, em 1532, Martim Afonso de Souza, encontra João Ramalho, cuja lendária chegada ao Brasil remonta a 1497, época da expulsão dos judeus de Portugal. Torna-se verdadeiro líder dos índios Guayanazes casando-se com Bartira, filha do cacique Tibiriçá. Nutria verdadeira aversão aos  padres. Recebeu de Martim Afonso de Souza o cargo de capitão-mor e sua aldeia transformou-se na primeira cidade brasileira fora do litoral – Piratininga, depois Santo André da Borda do Campo, atualmente Santo André, cidade pertencente a região do Grande ABC. Foi também co-fundador de São Vicente. Extremamente curiosa é a letra hebraica que João Ramalho usava no meio de sua assinatura.

Amanhã a terceira parte desse assunto.


terça-feira, 24 de abril de 2012


JudeuSefarditas

Obra: Raízes Judaicas no Brasil – O Arquivo secreto da Inquisição
 Flávio Mendes de Carvalho

A perseguição dos Judeus pela Inquisição Católica
Parte 1

A Santa Inquisição Católica
Em uma época em que o poder religioso confundia-se com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de abril de 1233 editou duas bulas que marcam o início da Inquisição, instituição da Igreja Católica Romana que perseguiu, torturou e matou vários de seus inimigos, ou quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de hereges, por vários séculos. A bula "Licet ad capiendos", a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos, inquisidores, e era do seguinte teor:
"Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privar-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis"
No mesmo ano, foi nomeado inquisidor da região de "Loira", Roberto el Bougre, que com saques e execuções em massa, logo após dois anos foi promovido a responsável pela inquisição em toda a França. Em 1252, o Papa Inocêncio IV editou a bula "Ad extirpanda", a qual instucionalizou o Tribunal da Inquisição e autorizava o uso da tortura. O poder secular era obrigado a contribuir com a atividade do tribunal da igreja.

Nos processos da inquisição a denúncia era prova de culpabilidade, cabendo ao acusado a prova de sua inocência. O acusado era mantido incomunicável; ninguém, a não ser os agentes da Inquisição, tinha permissão de falar com ele; nenhum parente podia visitá-lo. Geralmente ficava acorrentado. O acusado era o responsável pelo custeio de sua prisão. O julgamento era secreto e particular, e o acusado tinha de jurar nunca revelar qualquer fato a respeito dele no caso de ser solto. Nenhuma testemunha era apresentada contra ele, nenhuma lhe era nomeada; os inquisidores afirmavam que tal procedimento era necessário para proteger seus informantes. A tortura só era aplicada depois que uma maioria do tribunal a votava sob pretexto de que o crime tornara-se provável, embora não certo, pelas provas. Muitas vezes a tortura era decretada e adiada na esperança de que o medo levasse à confissão. A confissão podia dar direito a uma penalidade mais leve e se fosse condenado à morte apesar de confesso, o sentenciado podia "beneficiar-se" com a absolvição de um padre para salvá-lo do inferno.
A tortura também podia ser aplicada para que o acusado indicasse nomes de companheiros de heresia. As testemunhas que se contradiziam podiam ser torturadas para descobrir qual delas estava dizendo a verdade. Não havia limites de idade para a tortura, meninas de 13 anos e mulheres de 80 anos eram sujeitas à tortura. As penas impostas pela inquisição iam desde simples censuras (leves ou humilhantes), passando pela reclusão carcerária (temporária ou perpétua) e trabalhos forçados nas galeras, até a excomunhão do preso para que fosse entregue às autoridades seculares e levado à fogueira. Castigos esses normalmente acompanhados de flagelação do condenado e confiscação de seus bens em favor da igreja. Podia haver privação de herança até da terceira geração de descendentes do condenado. Obrigação de participar de cruzadas também foi pena durante o século XIII. Na prisão perpétua, considerada um gesto de misericórdia, o condenado sobrevivia a pão e água e ficava incomunicável. Nem o processo nem a pena suspendiam-se com a morte, pois a inquisição mandava "queimar os restos mortais do hereje e levar as cinzas ao vento", confiscando as propriedades dos herdeiros. Havia também, muito comum na inquisição portuquesa e na espanhola, a execução em efígie, onde era queimada a imagem do condenado, quando este fugia e não era encontrado. Livros também eram levados à fogueira.
Essa era a forma católica de "pregar" a palavra de Deus e punir os discordantes dessa religião demagoga que matou, perseguiu, excomungou e queimou milhares de pessoas que eram consideradas "hereges".


Apesar de algumas divergências é certo que, durante o domínio dos Visigodos, os judeus ibéricos ou sephardim estavam fixados na península, como comprovam as leis góticas que já os discriminavam dos cristãos.
Até fins do séc. XV os judeus portugueses viveram em relativa paz social, apesar de vários períodos de comoção onde a minoria judaica pôde sentir o peso da opressão da Igreja Católica. Foi entre 1450 e 1480 que houve maior estabilidade comunitária, quando então alcançaram significativas projeções no reino português, como ministro de Estado, médicos, advogados, procuradores, mercadores, financistas, intelectuais e geógrafos. Após esta fase, começam os três séculos de grandes perseguições e sofrimentos que conduziram-nos a três diferentes caminhos: a curta e dolorosa via dos que foram fisicamente exterminados nos “pogrom” e nas tenebrosas masmorras e fogueiras da Inquisição Católica; a trajetória de esperança dos que, fugindo, levaram a luz viva do judaísmo para incontáveis cidades e aldeias da Europa, do Oriente e do Novo Mundo, culminando com a restauração do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial; e a sinuosa e vazia vereda dos que ficaram, e que, espiritualmente mutilados, moralmente humilhados e materialmente arruinados, foram perdendo suas tradições, sua fé e identidade como povo.

Após 1480 as relações judaico-cristãs deterioram-se rapidamente, agravadas pela chegada de aproximadamente 120.000 fugitivos judeus perseguidos pela Inquisição espanhola e expulsos da Espanha em 31.03.1492 pelos Reis Fernando e Isabel. Em Portugal a situação se agrava com o contrato de casamento entre Dom Manuel I e Isabel, princesa espanhola filha dos reis católicos. A influência do inquisitor geral Torquemada, orientador espiritual da princesa, determina a obrigatoriedade da cláusula de expulsão dos judeus de Portugal, como já o eram na Espanha.

Amanhã continuação desse importante assunto.


segunda-feira, 23 de abril de 2012


Historiagrafia do Sobrenome
 Aproximadamente até 800 d.C., o povo europeu usava apenas um nome para identificar cada indivíduo. Isto ainda acontece entre alguns povos primitivos da atualidade. À medida que a população crescia, tornou-se complicado viver numa aldeia em que talvez um terço da população tivesse o mesmo primeiro nome e muitas vezes a mesma profissão, visto que a maioria eram agricultores. 
Os sobrenomes (também chamados de segundo nome ou apelido) surgiram com o objetivo de melhor identificar os indivíduos.
Imagine se não houvesse sobrenomes, e você tivesse que achar na cidade de São Paulo um certo João, casado com Maria, filho de José e Aparecida e que trabalha como pedreiro. Seria praticamente impossível! Mesmo com o uso do sobrenome encontramos diversas pessoas com o mesmo nome.
Uma pesquisa realizada no início dos anos 90 pelo PIS (Programa de Integração Social), chegou-se ao dez nomes mais utilizados no Brasil, por ordem decrescente: José dos Santos, José Carlos da Silva, João Batista da Silva, José Francisco da Silva, Maria José da Silva, José Ferreira da Silva, José da Silva e, finalmente, Maria Aparecida da Silva. 

 As cinco principais fontes para o segundo nome foram: ocupação, localização (chamados toponímicos), característica pessoal ou o nome do pai (os chamados patronímicos). Citaremos alguns exemplos para melhor esclarecer este ponto.
Ocupação: Zimmermann, sobrenome alemão. Significa Carpinteiro. Outros exemplos: Schumacher (sapateiro), Taylor (alfaiate) , Maurer (pedreiro) e Schafer (tosqueador de ovelhas).
Toponímico: Roberto Carlos Braga, cantor e compositor brasileiro. Braga é uma cidade portuguesa. Outros exemplos: Silva, Oliveira, Milanesi e Modenesi.
Característica Pessoal (Alcunha): Paulo Delgado, deputado mineiro, tem o sobrenome originário de uma família espanhola de pessoas magras.
Outros exemplos: Leitão, Coelho, Salgado, Passarinho e Goulart.
Patronímico: Inúmeros seriam os exemplos a serem citados. Ficaremos apenas com o Fernandes de origem portuguesa, que significava "filho de Fernando".. Inicialmente , os primeiros a utilizar este sobrenome eram conhecidos como “ Fulano Filius Quondam Fernandus” ou seja “ Fulano filho do senhor Fernando “, já a segunda geração, ou seja, os netos do senhor Fernando utilizavam o nome do avô como sobrenome Outros exemplos: Paoli, Rodrigues, Paula, Afonso e Martinez.
Religiosa: A maioria dos sobrenomes de origem religiosa não possuem brasão, visto que os filhos bastardos não tinham pai legal, as mães acabavam por acrescentar um nome em devoção a algum santo católico ou símbolo religioso, as pessoas achavam que isso poderia trazer proteção e sorte. Alguns exemplos: Santos, Cruz, Sacramento, Neves e Nascimento.

Observe-se, entretanto que, para se chegar à origem do sobrenome, é necessário remontar à primeira pessoa que o utilizou e identificar claramente a língua falada na época e local onde tal pessoa residia.
Ao tempo da adoção do segundo nome, passou também a ser utilizada uma informação adicional para melhor identificar as pessoas: o escudo ou brasão de armas. As guerras representam um capítulo constante na história da humanidade. Guerras sempre existiram e os guerreiros estiveram presentes, quer nas pequenas vilas do interior, quer formando a guarda de reis e senhores feudais. Na idade média, os guerreiros usavam uma espécie de capa de metal, as armaduras, a lhes proteger, bem como um capacete ou elmo também de metal. Desta forma, tornavam-se irreconhecíveis e isto poderia gerar ataque por parte de seus próprios companheiros de batalha. Surgiu assim a necessidade de identificar suas armaduras e também seus escudos.


O modo usual de identificação era a pintura nos escudos ou armaduras. Tais pinturas representavam as atividades exercidas pelo grupo de onde eram originários os guerreiros. A presença de plantas ou animais os identificava como agricultores ou criadores de gado, por exemplo. O animal mais utilizado indubitavelmente era o leão, pois simbolizava poder e força da família.

Mas à medida que a população crescia, surgiu uma nova dificuldade. Os moradores de um mesmo feudo exerciam atividades semelhantes e tinham suas armaduras com pinturas idênticas. Foi então necessário estabelecer bases para o direito de uso de determinados escudos. As famílias mandavam esculpir um modelo do escudo, geralmente em madeira pintada com as mesmas cores das pinturas das armaduras. Tais modelos eram dispostos nas casas dos membros daquela família.

Nos casos em que havia grande disputa pelo direito de uso de determinado escudo, até lutas foram registradas pela história. Em muitos casos, os símbolos foram distribuídos entre os chefes de famílias locais, ficando estabelecido que a unidade entre eles permaneceria representada na cor de fundo. Desta forma, um sobrenome pode ser representado por uma planta típica da região, por um animal domesticado pela família ou por um animal feroz vencido por um dos varões. Posteriormente estes escudos passaram a ser gravados nos "livros de família", obra realizada por aqueles que ficaram conhecidos como heraldistas, ou especialistas na arte da heráldica. Apesar de todas as disputas para terem este ou aquele símbolo, muitas famílias acabaram por utilizar o mesmo brasão sem terem nenhum laço entre elas. Nas famílias de origem italiana tem se notado isso, muitas deles tem por brasão um leão dourado com o escudo de fundo vermelho. 
Assim, de forma bem simplificada, temos a história do nascimento da heráldica, a arte ou ciência que trata dos brasões ou emblemas de família. Nosso interesse no assunto decorre da intenção de conhecermos a história de nossos antepassados.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Você sabia que o sobrenome Silva é um dos mais antigos e nobres sobrenomes que existe? Aqui comento um pouco sobre esse importante sobrenome que é marginalizado no Brasil.


Eu possuo mais de 30 páginas de história da família Silva e mais de 2.300 históricos de sobrenomes. Adquira sua Biblioteca Heráldica. Na postagem abaixo maiores detalhes.

Poste seu comentário ou sua dúvida.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ORIGEM DO SEU SOBRENOME


G E N E A B R A S I L


  Descubra as suas origens familiares







As pessoas de um modo geral se interessam muito pelo significado e origem no seu nome próprio, mas a grande maioria não sabe sobre a origem do seu sobrenome. Muitos não sabem que seu sobrenome pode ter um escudo “brasão” que seu antepassado mais remoto conquistou e honrou.


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Claudio Campacci
  


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Abaixo uma reportagem sobre o meu trabalho no Jornal A Tribuna de Vitória-ES 


http://www.tribunaonline.com.br/      


Entrar no menu Jornal A Tribuba em edições anteriores. 


Ano 2003 – Mês Maio – Dia 2 – Noticiário – Página 9 








Principais obras de referencias.


BIBLIOGRAFÍA: Repertorio de Blasones de la Comunidad Hispánica de Vicente de Cadenas y Vicent. Heráldica Patronímica Española y sus Patronímicos Compuestos de Vicente de Cadenas y Vicent. El Solar Catalán, Valenciano y Balear de A. y A. García Carraffa con la colaboración de Armand de Fluviá y Escorsa. Diccionario Heráldico y Nobiliario de los Reinos de España de Fernando González-Doria. Enciclopedia Heráldica y Genealógica Hispano-Americana de A. y A. García Carraffa. Diccionario de Heráldica Aragonesa de Bizén d'o Río Martínez. Heraldario Español, Europeo y Americano de Ampelio Alonso de Cadenas y López y Vicente de Cadenas y Vicent. Heráldica de los Apellidos Asturianos de Francisco Sarandeses Pérez; Dicionário das Famílias Brasileiras; Dicionários das Famílias Italianas; Enciclopédia Barsa; A perseguição dos judeus em Portugal e no Brasil.


  


Cordialmente
  


Claudio Campacci – Pesquisador Genealógico
Skype: campacci1968
MSN: campacci@hotmail.com
TIM Mobile:  53 8109-4338