Translate

quinta-feira, 26 de abril de 2012


JudeuSefarditas

Obra: Raízes Judaicas no Brasil – O Arquivo secreto da Inquisição
 Flávio Mendes de Carvalho

A perseguição dos Judeus pela Inquisição Católica
Parte 3


Judeus do nordeste brasileiro fretam dezesseis navios e partem com suas famílias de Pernambuco em 1654. Uma das naus desembarca seus judeus em Belém, dando início a uma das mais antigas comunidades judaicas do Brasil, que se estendeu por Manaus e diversas cidades da bacia amazônica. Algumas famílias substituem seus sobrenomes portugueses por sobrenomes hebraicos, a exemplo a família Israel de Manaus. Duas destas naus vão lançar as raízes da primeira comunidade judaica norte-americana no lugarejo denominado Nova Amsterdã, hoje Nova York. Outras naus vão semeando comunidades judaicas por todo o Caribe e América Central.
Acredita-se que grande parte dos Bucaneros, audazes corsários do Caribe, eram rebeldes judeus em secreta luta contra Espanha e Portugal.
Judeus portugueses fundam as comunidades sefardim do sul da França como em Baiona, Bordéus, Biarritz, San Jean de Lux, Bidart, Tartas, onde os sobrenomes Furtado, Fonséque, Carvaillo, Nunes, Loupésses ( Lopes, sobrenome da mãe de Montaigne, que era judia) Frois, Silva, Rodrigues, Mendés, Dacosta, Gommés, Pereira, Sequerra, Brandon, denunciam, incontestavelmente a origem portuguesa.
Na Inglaterra, encontramos já nos primeiros anos do século XVI, morando em Londres, as famílias judaicas Costa, Lopes, Álvares, Mendes, Martins ( Abravanel ), Rebello ( Robles ), entre outras. Os primeiros judeus reconhecidos como cidadãos britânicos são, em 1655, Antônio Fernandes Carvalhal e seus dois filhos.
O tribunal da Inquisição Católica era uma macro-estrutura jurídico-religiosa formada quase que totalmente por padres, bispos, demais clérigos e “cristãos” de “absoluta pureza de sangue”. Em nome da Religião Católica Romana cometia os mais vis crimes e hediondas perseguições, levando a seus cárceres famílias inteiras de “forçados” por várias gerações. Tinha prédios próprios, construídos especialmente para seu fim contando com salas de recepção, salas de audiência, residências para os inquisidores e demais funcionários, cárceres, salas de torturas, geralmente  subterrâneos com o teto em abóbada, para melhor sufocar os gritos de terror e dor de suas milhares de vítimas; a sala do secreto, verdadeiro cofre forte, com sua porta possuindo três chaves distintas, ficando cada uma na posse de autoridades diferentes, só podendo ser aberta na presença dos três e do inquisidor, onde eram guardados, entre outros papéis “de segredo” os processos de cada réu e as LISTAS DOS AUTOS DA FÉ, com os nomes e outros dados de todos os sentenciados. Oficialmente o tribunal da Inquisição começou a funcionar em Portugal em 1536, durante o reinado de Dom João III, que obsessivamente buscou trazer esta flageladora instituição para seu reino, o que conseguiu através da bula do papa Paulo III. É certo que, anteriormente à implantação definitiva deste tribunal, muitos judeus portugueses já teriam sido executados e queimados por visitadores, desde o século XII.
Ao fim do processo, que geralmente levava anos, o acusado poderia ser dado como inocente, o que era raro. Dos seus bens confiscados abatia-se o valor necessário para cobrir as despesas processuais e a carceragem, só para mencionar a carceragem, ficavam num cubículo de 4 metros quadrados de 3 a 4 prisioneiros, recebiam uma ração de pão velho e somente a cada 8 dias recebiam sua ração de água limpa e era feita a limpeza de seus excrementos. As penas variavam: cárcere e hábito  a arbítrio, cárcere e hábito perpétuo com ou sem remissão, insígnias de fogo, galés, degredo para o Brasil e colônias africanas, carocha, mordaça, açoites, excomunhão, penitências e a pena máxima ou relaxamento à justiça secular, o que hipocritamente significava fogueira para os vivos ou mortos. Aos queimados em vida a sentença era: “Relaxados em carne”. Aos que morriam nas torturas ou nos intermináveis padecimentos dos cárceres, desenterravam os ossos e com efígie em estátua. O mesmo ocorria com os que fugiam, eram queimados simbolicamente em praça pública. Para escapar do destino da fogueira, os condenados deveriam em praça pública perante todo o rebanho da igreja, no auto-da-fé, negar a sua fé judaica. É importante esclarecer que também eram apresentados nestas cerimônias, apesar de poucos, os condenados por outras heresias de fé como várias modalidades de protestantismo, islamismo e feitiçarias, além das heresias morais, como homossexualismo, bigamia, desrespeito ao celibato e conspirações contra a Inquisição. E na realidade quase que todos os bens confiscados foi para nas mãos do Clero, ora alegando dificuldades financeiras, ora exigindo cobertura das despesas processuais e da manutenção dos réus na prisão.
O golpe mortal na Inquisição portuguesa foi dado em 1774, quando o Marquês de Pombal transformou o tribunal do “santo ofício” em um tribunal régio comum. Formalmente, o “santo ofício” só foi extinto em Portugal através do decreto de 31.03.1821.

Amanhã postarei sobre os instrumentos de tortura utilizados pela Inquisição.

7 comentários:

  1. TUDO BOBAGEM TENHO SOBRENOME MEDEZ,LOPES,TEIXEIRA,FONSECA TAVARES,SOUZA GOMES DINIZ, E NAO PROVAM NADA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. mas ninguém aqui ta querendo provar nada! Se alguém quer saber sua origem que comece a peregrinação nos cartórios estudando sua árvore genealógica.

      Excluir
  2. Tenho Silva-Paula- Santos e Klein em meu sangue.

    ResponderExcluir
  3. Eu sou judeu e meu sobrenome e Oliveira dos santos

    ResponderExcluir
  4. Meu nome é Washington de Oliveira Araújo descobri através de estudos que os costumes que meu pai me ensinava são judaico. Como sei que existe um exame de DNA que descobri através do codigo genetico se temos ou não essa linhagem, como faço esse exame?

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário