Translate

terça-feira, 19 de junho de 2012



Marco Polo

viaja pela rota da seda à China


Segunda Parte



A serviço de Kublai Khan?
Marco Polo alega que os Polos passaram 17 anos a serviço de Kublai Khan, ou o Grande Khan. Durante esse tempo, Marco Polo foi enviado muitas vezes a distantes partes do império do Grande Khan em missões para apurar fatos e até mesmo governou o que agora é a cidade de Yang-chou, província de Jiangsu.
Se tudo o que Marco Polo conta é verdade, ainda é debatido. Os mongóis desconfiavam dos chineses, que eles haviam conquistado, e empregavam estrangeiros para governar seu império. Mas parece improvável que Marco Polo, um homem iletrado, possa ter-se tornado governador. Talvez tenha exagerado em relação à sua posição. Ainda assim, eruditos têm aceitado que ele possa ter sido “um útil emissário em algum nível”.
Entretanto, Marco Polo conseguiu pintar um quadro deslumbrante ao descrever metrópoles de riquezas incalculáveis e de costumes pagãos muito incomuns, pertencentes a um mundo inteiramente ignorado pelo Ocidente ou conhecido apenas mediante fábulas e rumores. Poderiam tais civilizações populosas, mais ricas que as da Europa, realmente existir? Isso parecia impossível.
O palácio do Grande Khan era “o maior palácio que já existiu”, disse Marco Polo. “A construção é, de modo geral, tão vasta, tão rica e tão bonita, que nenhum homem na Terra poderia projetar algo superior.” Seus muros eram cobertos com ouro e prata, enfeitados com representações de dragões, feras, pássaros, cavaleiros e ídolos dourados. O imponente telhado vermelho-alaranjado, amarelo, verde e azul brilhava como cristal. Os parques estavam cheios de animais de toda espécie.
Em contraste com as ruelas tortuosas da Europa medieval, Cambaluc tinha ruas tão retas e largas que era possível ver de um muro ao outro da cidade. Eram “trazidos artigos de maior valor e raridade, e em maior abundância  . . . , que em qualquer outra cidade no mundo”, diz o veneziano. “Não passa nenhum dia no ano sem que entrem de carroça, na cidade, 1.000 cargas de seda.”
O número de embarcações navegando pelo rio Yangtze, um dos maiores do mundo, era incrível. O porto de Sinju, calcula Marco Polo, deve ter acomodado umas 15 mil embarcações.
Entre os costumes mongóis que Marco Polo menciona, está o do casamento de crianças mortas. Se uma família perdesse um filho de quatro anos ou mais e outra perdesse uma filha da mesma idade, o pai de uma e o da outra família podiam decidir pelo casamento das crianças mortas, fazendo depois um contrato de casamento e realizando um grande banquete. Ofereciam-se alimentos e eram queimadas efígies de escravos, dinheiro e objetos domésticos na convicção de que os “cônjuges” teriam tais coisas no chamado “outro mundo”.
Marco Polo emociona-se com a habilidade militar, os métodos de governo e a tolerância religiosa dos mongóis. Empreendimentos socioeconômicos incluíam assistência aos pobres e doentes, patrulha contra incêndio e desordem, estoque de cereais para aliviar a aflição causada por inundações e um sistema postal para comunicação rápida.
Embora soubesse das intenções dos mongóis de invadir o Japão, Marco Polo não alega que tenha estado ali. No entanto, ele declara que o ouro era tão abundante no Japão que o palácio do imperador era inteiramente coberto e pavimentado com esse elemento. A referência de Marco Polo ao Japão era a única nos escritos ocidentais antes do século 16.
O livro de Marco Polo foi admirado e escarnecido por séculos. Os eruditos atuais, após analisarem todas as suas inexatidões, o definem como “uma descrição incomparável” do reinado de Kublai em seu auge.

Retorno a Veneza
Os Polos deixaram a China por volta de 1292. Marco Polo diz que a expedição fez uma viagem de 21 meses, partindo do que é agora Quanzhou, fez escalas breves no Vietnã, na península Malaia, em Sumatra e em Sri Lanka, e então seguiu pela costa indiana em direção à Pérsia. O último estágio da jornada os levou a Constantinopla e, finalmente, a Veneza. Por terem ficado fora por 24 anos, não é difícil imaginar que seus parentes mal os reconheceram. Nessa altura, Marco Polo tinha 41 ou 42 anos de idade.
É difícil estimar a distância percorrida por Marco Polo. Um escritor, que recentemente tentou repetir os passos dele, percorreu mais de 10 mil quilômetros apenas entre o Irã e a China. Mesmo com modernos meios de transporte, esse foi um feito cheio de dificuldades.
Diz-se que o livro de Marco Polo foi ditado a um certo Rustichello, em uma prisão de Gênova, em 1298. Segundo a tradição, enquanto comandava uma galera veneziana, Marco Polo foi capturado em uma batalha naval com os genoveses, que estavam em guerra com Veneza. Rustichello, um companheiro de prisão, tinha experiência em escrever prosas em francês ou franco-italiano, e a companhia de Marco Polo evidentemente o estimulou a escrever.
Provavelmente, Marco Polo foi libertado em 1299, quando Veneza e Gênova fizeram as pazes. Ele retornou a Veneza, casou-se e teve três filhas. E morreu em sua cidade natal em 1324, à idade de 69 anos.
Ainda existem dúvidas na mente de muitas pessoas quanto a se Marco Polo fez tudo o que alegou ou se simplesmente narrou histórias que ouviu de outros viajantes. Mas, quaisquer que tenham sido as fontes de A Descrição do Mundo, de Marco Polo, os eruditos reconhecem sua importância. “Nunca antes ou desde então”, diz um historiador, “um homem forneceu tão imensa quantidade de novos conhecimentos geográficos ao Ocidente”. O livro de Marco Polo é um testemunho da fascinação do homem por viagens, novas paisagens e terras distantes.

 Fonte: Watchtower.org



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário